Sempre fui fascinada pelo comportamento humano. Escolhi a medicina para seguir uma tradição familiar na área de dermatologia, mas, já no primeiro ano da faculdade, a psiquiatria me encantou. Me envolvi com ligas acadêmicas de psiquiatria desde 2006 e o contato contínuo com o estudo, aliado a diferentes experiências de autoconhecimento, moldaram minha trajetória. Esses aprendizados, teóricos e vivenciais, reforçaram minha convicção de que o cuidado com a saúde mental tem o poder de transformar vidas.

Durante o internato — período em que os estudantes de medicina têm a oportunidade de vivenciar na prática cada especialidade — percebi que, para tomar uma decisão de carreira verdadeiramente alinhada comigo, seria necessário ir além do raciocínio lógico. Entendi que não bastava pesar os “prós e contras” de cada caminho profissional; era preciso me conectar com as sensações mais profundas e intuitivas que cada experiência clínica despertava em mim. Foi assim que fiz, com tranquilidade, uma das escolhas mais importantes da minha vida: seguir a psiquiatria.

No final de 2015, logo após concluir a residência médica em psiquiatria, fui convidada a integrar um grande ensaio clínico sobre mulheres vítimas de violência sexual e Transtorno de Estresse Pós-Traumático, financiado pela FAPESP. Esse estudo se desdobrou na minha dissertação de mestrado e, posteriormente, na minha tese de doutorado. Essa experiência não apenas ampliou meu conhecimento acadêmico, mas também trouxe uma nova perspectiva sobre meu papel como médica e como pessoa.

Na minha prática clínica, busco oferecer um atendimento humanizado, com escuta ativa e embasamento científico na escolha dos tratamentos e condutas.